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Projeto de pesquisa integra conhecimento local sobre fogo no Pantanal

O diálogo entre o conhecimento técnico-científico e o saber local também é uma das estratégias de prevenção aos incêndios no Pantanal. A iniciativa acontece dentro do projeto de pesquisa de implementação do Manejo Integrado do Fogo (MIF), desenvolvido na Reserva Particular do Patrimônio Natural, a RPPN Sesc Pantanal, localizada em Barão de Melgaço (MT).

A segunda etapa do projeto, concluída esse mês em Mato Grosso, contou com rodas de conversa, queima controlada e coleta de amostras. De acordo com a superintendente do Polo Socioambiental Sesc Pantanal, Christiane Caetano, a principal estratégia de prevenção aos incêndios neste ano é a integração. “Por isso as rodas de conversa são tão importantes. É possível trabalhar de forma articulada e encontrar soluções que conciliem as diferentes funções de reservas, comunidades, fazendas e aldeias”, declara.

O fazendeiro e membro do Sindicato Rural de Poconé, Junior Iris, da fazenda Marca Taça, participou da roda de conversa realizada na RPPN Sesc Pantanal. “Foi muito bom nos reunirmos para esse diálogo com o objetivo de termos união em defesa do Pantanal”, destaca.

Cacique da aldeia Perigara, da etnia Bororo, Roberto Prado, também esteve no encontro e destaca a importância da nova técnica. “É uma nova experiência para o Pantanal e espero que possamos pôr em prática para que não aconteça como no ano passado. A união de todos é importante e é muito bom estar por dentro dela”.

Presidente da Associação Rural de São Pedro de Joselândia, Everson de Arruda, município onde também houve uma roda de conversa, considera essa instrução e troca de informações muito positiva. “Esperamos que as parcerias continuem”, conclui.

O projeto piloto é inédito no Pantanal, realizado por meio da parceria entre 17 instituições. As três áreas foram escolhidas considerando a prevalência da flora nativa e os diferentes níveis de inundação: Corumbá (MS) onde alaga muito, RPPN Sesc Pantanal (MT), com inundação intermediária e Terra Indígena Kadiwéu (MS) que não alaga. O uso do fogo como aliado a incêndios florestais já é utilizado em todos os outros biomas no Brasil e em unidades de conservação dos Estados Unidos, África e Austrália.

O MIF

O MIF reúne um conjunto de técnicas que trabalha com três pilares essenciais: a ecologia do fogo (os principais atributos ecológicos do fogo); a cultura do fogo (necessidades e impactos socioeconômicos) e o manejo do fogo (prevenção, supressão e uso do fogo). Com isso, busca-se compatibilizar as necessidades sociais, as tradições culturais e características ecossistêmicas para a conservação da natureza.

Entre as técnicas que compõem o MIF está a queima prescrita, realizada ao fim do período chuvoso e início do período da seca. Essa ação simula uma queima natural com a qual as áreas de savana normalmente estão habituadas, e tem como um dos objetivos eliminar a vegetação seca para melhorar as condições de controle dos incêndios na estação seca.

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Fonte e foto: Assessoria SESC Pantanal

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