Quatro mil hectares foram atingidos pelo fogo apenas entre 31 de agosto e 1º de setembro por um incêndio florestal ativo na região da rodovia Transpantaneira, localizada no Pantanal mato-grossense.
Iniciado no sábado, 28, o incêndio já consumiu mais de 7 mil hectares nos últimos cinco dias. Os dados são de uma análise do Instituto Centro de Vida (ICV) com base em dados do Global Fire Emission Database (GFED)/NASA.
O número alarma mesmo diante da diminuição registrada no fogo na porção do bioma neste ano no estado em comparação às tragédias de incêndios florestais no bioma em 2020.
No ano passado, o período de janeiro a agosto somou 940 mil hectares queimados no Pantanal de Mato Grosso, enquanto 2021 contabiliza 88 mil.
Em todo o bioma localizado no território brasileiro, 2020 registrou o impacto em 3,9 milhões de hectares, o correspondente a 27% de sua área total.
Desde o início do ano até 31 de agosto, 547,2 mil hectares foram afetados, mas as áreas se concentram no estado vizinho, Mato Grosso do Sul.
Do total de área queimada o até 31 de agosto no bioma, 458,5 mil hectares (84%) das áreas incidem em Mato Grosso do Sul e 88,7 mil (16%) em Mato Grosso.
MATO GROSSO REGISTRA DIMINUIÇÃO, MAS ILEGALIDADE IMPERA
A área total atingida pelo fogo em Mato Grosso de janeiro até o dia 31 de agosto é de 2,14 milhões hectares, o que representa uma diminuição de cerca de 22% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o estado teve incendiados 2,7 milhões de hectares.
O número representa uma área total equivalente a seis vezes e meia a área do município de Cuiabá, ou 14 vezes o município de São Paulo.
(Incêndio registrado no município de Cotriguaçu, região amazônica, em agosto)
Os dados de focos de calor corroboram a diminuição registrada pelo sistema da Nasa que estima a área atingida.
Foram 13,8 mil focos de calor de janeiro até agosto, enquanto o ano passado registrou 19,6 mil no mesmo período.
As informações de pontos de calor podem ser encontradas no Monitor de Queimadas do ICV, atualizado com base em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Entre os biomas, Amazônia e Cerrado lideram e mantêm o mesmo ritmo de pressão pelo fogo do ano passado. Apenas o Pantanal registrou diminuição.
Foram mais de 1 milhão de hectares atingidos na Amazônia (51%), seguida do Cerrado com 956,3 mil hectares (45%) do Pantanal com 88,7 mil hectares (4%)
A maior parte do total, o equivalente a 62%, teve início já no período proibitivo, quando o estado decreta a proibição de uso de fogo em todo o estado.
Do total, foram 813,1 mil hectares atingidos por incêndios até o dia 30 de junho.
Pra áreas onde são previstas autorização de queima controlada, os imóveis rurais cadastrados no Cadastro Ambiental Rural (CAR), apenas 7% das áreas incendiadas tiveram algum tipo de autorização expedida pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema/MT).
O número considera também o ocorrido desde o início do período proibitivo, quando todo uso de fogo é proibido e é a época mais crítica de incêndios florestais no estado.
A categoria fundiária com maior incidência de áreas atingidas pelo fogo foi a de imóveis rurais inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR), responsável por 54% da área queimada (1,1 milhão de hectares), seguido pelas terras indígenas, com 24% (510 mil hectares) e de áreas não cadastradas, com 13% (272,8 mil hectares).
Entre as terras indígenas, a maior área afetada por incêndios foi a TI Pimentel Barbosa, com 92 mil hectares queimados.
Junto com a TI Parabubure (71,6 mil hectares) e TI Areões (47,3 mil hectares), que são ocupadas pelo povo Xavante, responderam por 41% do total afetado pelo fogo em TIs em Mato Grosso nesse ano.
Fonte: Instituto Centro Vida – ICV