Os devastadores incêndios no Pantanal em 2020 provocaram um quadro de destruição ambiental que será uma ferida aberta com repercussões econômicas e sociais nos próximos anos. Os meios naturais de subsistência de milhares de famílias, calcados no extrativismo, foram destruídos. O turismo – a atividade que mais gera trabalho e renda na região – não voltará à normalidade no curto prazo, pois já apresentava problemas sérios com a pandemia de Covid-19. A recuperação dos ecossistemas pantaneiros, com o repovoamento por animais, incluindo os polinizadores e as aves, tomará tempo e demandará muito cuidado.
Prevenção
O ponto de partida deve ser a PREVENÇÃO para que em 2021, caso se mantenha o quadro de emergência climática com águas baixas no Pantanal, não se repita a tragédia de 2020. A impunidade observada até agora para aqueles que desmatam e provocam incêndios deve acabar com o fortalecimento do trabalho de fiscalização, inexistente em 2019 e 2020. Nesta mesma perspectiva da Prevenção, as brigadas profissionais do Prevfogo/Ibama devem ser reforçadas, e, além disso, deve ser multiplicado o número das brigadas voluntárias, preparando-as também para ações educacionais. Estradas devem ser cuidadas para não serem focos do fogo e novos equipamentos de combate ao fogo devem estar à disposição em diferentes regiões, principalmente em comunidades. Atenção especial deve ser dada para as Unidades de Conservação, tanto públicas como privadas (RPPNs).
Evento será transmitido ao vivo pelo Facebook da Ecoa, no dia 04 de novembro às 18h do horário de Brasília (17h – Pantanal)
Apoio
É necessário também o APOIO em linhas estratégicas e concretas, tanto para a recuperação das famílias pantaneiras, tratando de garantir suas condições de alimentação básicas e os mecanismos de defesa frente ao fogo através de treinamentos e equipamentos. É necessário, também, destravar e aprovar regulamentações prontas como a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, a PL 11276/18, parada na câmara desde fevereiro de 2019. Em 2020 várias comunidades e famílias teriam evitado muitos riscos e danos se o trabalho preparatório para o que viria tivesse sido realizado.
Recuperação
Se temos a PREVENÇÃO como ponto de partida, a RECUPERAÇÃO é a grande chave de médio e longo prazo. Os primeiros diagnósticos que temos indicam que vários ecossistemas necessitarão de Planos e Projetos de recuperação, inclusive como ferramenta de apoio para as famílias e sua sobrevivência. Espécies que forneçam alimentos para os polinizadores, por exemplo, serão fundamentais nos projetos de recuperação.
Evento – A Conferência Pantanal ocorre no dia 04 de novembro com transmissão ao vivo pelo Facebook da Ecoa, às 18h do horário de Brasília (17h do horário do Pantanal). Mais informações no site da Ecoa.
Foto de Capa: Rafael Chiaravalloti