Neste dia 12 de novembro, Dia do Pantanal, nós, do Observatorio Pantanal, chamamos atenção para esse imenso reservatório de água doce que contribui com a estabilização do clima e com a conservação do solo. Além de prover os serviços ambientais indispensáveis para a produção de alimentos e à sociedade em geral.
Hoje somos mais de 40 organizações da sociedade civil do Brasil, Paraguai e Bolívia e trabalhamos com objetivo de conservar, preservar, valorizar e manter esse bioma tão diverso, rico e complexo que é o Pantanal. Cuidar do Pantanal é cuida da vida.
A planície pantaneira se estende por mais de 200 mil quilômetros quadrados dos territórios de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Já o bioma Pantanal cobre uma área mais extensa, cerca de 620 mil quilômetros quadrados, abrangendo também partes do Paraguai e da Bolívia. O bioma Pantanal é o mais preservado do mundo, com mais de 80% de sua cobertura original.
Já foram registradas no Pantanal pelo menos 4.700 espécies, incluindo plantas e vertebrados. Desse total, entre as quais estão 3.500 espécies de plantas (árvores e vegetações aquáticas e terrestres), 325 peixes, 53 anfíbios, 98 répteis, 656 aves e 159 mamíferos.
Por possui todas essas características o Pantanal foi declarado como Patrimônio Nacional pela Constituição Federal do País e Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciências e Cultura).
Por que 12 de novembro?
O dia 12 de novembro é considerado Dia do Pantanal por força de resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) baixada em 2008, em homenagem à morte do ambientalista Francisco Anselmo de Barros, o Francelmo, que ocorreu nessa data em 2005. Ele ateou fogo ao próprio corpo no calçadão da rua Barão do Rio Branco, durante protesto, para impedir que usinas de álcool fossem instaladas na planície pantaneira.
As ameaças continuam
As ameaças ao bioma são diversas e estão cada vez mais latentes. Em 2020 o Pantanal enfrentou o maior incêndio já registrado, as chamas atingiram 26% do bioma, segundo o Laboratório de Aplicações de Satélite Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA/UFRJ).
Em 2021, além dos incêndios o bioma também enfrentou uma seca extrema. Já é o terceiro ano consecutivo de poucas chuvas. Os levantamentos realizados pelo Mapbiomas sobre desmatamento, incêndios e perda hídrica apontaram o Pantanal como um dos biomas mais atingidos. E, ainda há as ameaças dos empreendimentos, que estão previstos, de infraestruturas como as hidrelétricas e a Hidrovia Paraguai-Paraná.
Foto: André Dib