Hoje, 22 de setembro, é celebrado o Dia da Defesa da Fauna, data criada com a finalidade de conscientizar a população sobre os principais problemas e ameaças que enfrentamos atualmente. No Pantanal a situação está alarmante e os animais são os mais vulneráveis no cenário de seca e fogo que estamos vivenciando.
O Pantanal, como temos informado, está passando pela pior seca de sua história, que aliada a altas temperaturas e incêndios têm castigado a fauna do bioma. Muitos animais não conseguem fugir do fogo e os que escapam estão feridos e desidratados.
Para minimizar os impactos algumas organizações não-governamentais, juntamente com o Ibama, estão trabalhando no resgate e na alimentação dos animais que se encontram debilitados e isolados, sem água e alimento, principalmente, na rodovia Transpantaneira, no estado de Mato Grosso.
Para contextualizar o cenário atual, da fauna no Pantanal, trouxemos algumas informações da reportagem da BBC-Brasil, que apresenta vários registros fotográficos, sobre a situação dos animais e todo esforço coletivo que está sendo feito para minimizar os impactos. Algumas das instituições que atuam no combate aos incêndios e no monitoramento da fauna integram a nossa rede, o Observatorio Pantanal.
A veterinária Carla Sassi, do Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD), coordena uma equipe que já resgatou diversos animais no Pantanal. Os voluntários têm se mobilizado para levar caminhões-pipa e frutas, obtidos por meio de doações. “Muitos animais precisam andar longas e longas distâncias para conseguir água e alimentos”, explica Sassi. Ela ressalta que nem todos conseguem ir a lugares distantes e, por isso, o apoio dos voluntários se torna fundamental.
Entre os animais que têm lutado para sobreviver no Pantanal estão os jacarés. Uma imagem feita em meados de setembro pelo biólogo e fotógrafo Fernando Faciole mostra diversos jacarés-do-pantanal amontoados e desnutridos. “A cada dia que passa o nível da água abaixa mais e a situação é crítica”, diz Faciole.
Assim como os jacarés também foram encontrados um grupo de antas, um casal de ariranha e vários macacos. Os animais domésticos também são vítimas da seca e dos incêndios, o grupo de voluntários já teve que sacrificar um cavalo, porque não respondeu ao tratamento.
Em 2020, os incêndios afetaram, ao menos, 65 milhões de animais vertebrados nativos e 4 bilhões de invertebrados, segundo estudo feito com base na densidade das espécies presentes nos locais afetados. Outra pesquisa, ainda não publicada, revela que 17 milhões de animais vertebrados morreram em consequência direta das queimadas.
O fogo no Pantanal em 2021
De acordo com análise feita pelo Instituto Centro Vida – ICV, com base em dados de uma plataforma mundial, a Global Fire Emissions Database (GFED), 655 mil hectares do Pantanal brasileiro foram atingidos pelo fogo entre 1 de janeiro e 12 de setembro de 2021. Nesse mesmo período no ano passado, 2,17 milhões de hectares já haviam sido afetados pelo fogo no bioma pantaneiro.
Os especialistas frisam que não é adequado comparar o atual período com 2020. “O ano passado foi realmente uma situação atípica, que assustou todo mundo e deixou todo mundo em choque”, comenta André Luiz Siqueira, diretor da ONG ECOA – Ecologia & Ação.
A situação do ano passado, dizem especialistas, trouxe maior conscientização para a comunidade local sobre o combate aos incêndios, que são causados na imensa maioria das vezes por ação humana.
Ainda que os números de 2021 façam parecer que a situação no bioma é positiva, o Pantanal continua passando por dificuldades intensas.
Clique aqui e leia a reportagem completa
Com informações da BBC-Brasil
Foto: GRAD / FernandoFaciole