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Plataforma de alerta traz informação acessível e de qualidade sobre fogo no Pantanal

Foi lançada, no dia 8 de junho, o Alerta de Área queimada com Monitoramento Estimado por Satélite (ALARMES), sistema criado pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A plataforma acessível para os diferentes públicos e oferece dados diários da área queimada no Pantanal.

O LASA/UFRJ desenvolveu essa ferramenta que reúne imagens de satélites da NASA, focos de calor e inteligência artificial para auxiliar na prevenção e combate do fogo no bioma do Cerrado, Pantanal e Roraima. Mas não esperava que o uso iria além. A plataforma por ter uma interface didática e intuitiva conseguiu levar informação a diferentes públicos, pessoas leigas no assunto e, principalmente, a imprensa.

“O objetivo inicial desse sistema era apoiar os órgãos ambientais nas ações de combate e planejamento. Porém, durante o que aconteceu no Pantanal, no ano passado, essas informações se mostraram extremamente úteis para a imprensa e grupos de pesquisa. Tivemos uma cobertura grande da situação, e nossos resultados auxiliaram na divulgação da informação”, explica Dra. Renata Libonati, coordenadora do LASA/UFRJ.

Os dados de acesso a plataforma, ainda sendo um protótipo, demonstra o quanto ela veio para contribuir.  “Foram cerca de 17 mil visualizações, a partir de setembro de 2020. Mais de 5500 usuários em todo o mundo, sendo 70% do Brasil, 15% EUA e os demais de todos os continentes. Isso demonstra como foi útil ter as informações, em tempo real, para difundir o que estava acontecendo no Pantanal”, apresentou Renata, durante o lançamento.

Para Rossano Marchetti Ramos, coordenador do Núcleo de Pesquisas e Monitoramento do IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente), a plataforma é um grande aliado, porque fornece informações mais precisas e seguras. “Durante o combate, podemos mensurar minimamente, com o detalhe que o dado permite, estimar a velocidade da propagação de frentes dos incêndios e com isso conseguimos priorizar as áreas de combate. Com os outros dados não era possível fazer. Com dado de área queimada a gente consegue rastrear de forma mais segura”, afirma Rossano.

Laercio de Souza, coordenador das redes da Reserva da Biosfera do Pantanal e Cerrado, chamou atenção dos benefícios que a ALARMES traz na prevenção dos incêndios, pincipalmente, nas Unidades de Conservação (UC). “A plataforma auxiliará na identificação dos pontos fracos das UCs. Com as informações podemos criar estradas, caminhos, fazer os aceiros, tudo que é necessário nesses pontos mais vulneráveis para fazer a prevenção”.

Outro ponto destacado por Laercio, é a necessidade de ter disponível na plataforma informações sobre as Reservas Privadas de Patrimônio Natural (RPPN). Dra. Renata concordou e explicou que, a princípio, trabalharam apenas com dados do Ibama e Funai. Por este motivo, as identificações estão restritas às terras indígenas, áreas da federação e UCs. Mas a ideia é ampliar e acrescentar as RPPNs e, para isso, conta com a contribuição das Reservas da Biosfera Pantanal e Cerrado.

ALARMES

A plataforma pode ser acessada pelo endereço https://lasa.ufrj.br/alarmes. Os usuários têm acesso a mapas interativos para as áreas queimada, que mostram alertas para 1, 7, 15 e 30 dias, durante o intervalo de tempo de 2012 a 2020. Além disso, também podem escolher o bioma e unidades de conservação que querem consultar e se cadastrar para receber informações por e-mail.

O  ALARMES é resultado do projeto Andurá, apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e PREVFogo/Ibama e foi desenvolvido em conjunto com o Instituto Dom Luiz, da Faculdade de Ciências, da Universidade de Lisboa e com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.  

Agregou o bioma Cerrado com o “Projeto Pesquisa e desenvolvimento para geração de sistema de alerta diário de áreas queimadas para o Cerrado”, que conta com o apoio do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), Fundo de Parceria Para Ecossistemas Críticos (CEPF) e têm parceria com Greenpeace, WWF-Brasil e Wetlands International.

Com informações da live de lançamento (LASA/UFRJ – Youtube)

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