12 de novembro, Dia do Pantanal. Poderiam haver muitos motivos a celebrar, mas infelizmente, 2020 deixará marcas e perdas ainda difíceis de mensurar. O Pantanal tem vivido o pior ano na série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) em relação a queimadas. De janeiro até agora, foram mais de 21.115 focos, sendo que, nesse mesmo intervalo de 2019, foram registrados 4.413 focos de calor. De acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa-UFRJ), uma área de 4,33 milhões de hectares foi queimada no bioma, mais de 29% de sua área consumida pelas chamas.
Se é preciso encontrar motivos para comemorar, forças para continuar, não é possível deixar de mencionar o trabalho heroico dos brigadistas do Prevfogo/Ibama, das brigadas comunitárias, dos bombeiros e dos incontáveis voluntários que incansavelmente estiveram na linha de frente combatendo os incêndios. Além disso, o trabalho das organizações sérias que se dedicaram de maneira ímpar para arrecadar fundos, dar todo o suporte às equipes de combate e às comunidades afetadas, além de proteger, resgatar e tratar dos animais afetados pelo fogo. Existem muitas razões para acreditar que a união faz a força, e por isso, também, o apoio da sociedade civil, das pessoas em geral que contribuíram, doaram alimentos, água, recursos, tempo para ajudar o Pantanal.
E é por isso que hoje, nós do Observatorio Pantanal, uma rede composta por 40 organizações socioambientais que atuam na Bacia do Alto Paraguai (BAP) no Brasil, Bolívia e Paraguai, queremos agradecer a todos que se empenharam e ainda estão na luta pelo nosso Pantanal, pois sabemos que ainda existem focos de calor na região. São essas pessoas que dedicam seu tempo, trabalho, sua vida ao bioma e são verdadeiros guardiões da natureza. Sejam eles provenientes de comunidades tradicionais, indígenas, profissionais que se apaixonaram pelo Pantanal, não importa, pois todos compartilham do amor e respeito pela natureza e lutam pela preservação deste patrimônio natural da humanidade. Muitos colocaram suas vidas em risco para salvar o Pantanal e tiveram sua saúde gravemente afetada pelos últimos incêndios.
Aproveitamos para divulgar ações e atividades que algumas das organizações estão preparando, não só para o Dia do Pantanal mas inspirado no mês do Pantanal. Seguem abaixo as informações:
Ação: “Sementes para o Futuro – plantio de mudas e sementes da vegetação nativa pantaneira”. Atividade realizada pelo Projeto Bichos do Pantanal juntamente com a “Ação Bicho Vivo”, criada pelo Projeto em função dos incêndios. Serão distribuídas mais de 250 mil sementes de espécies nativas coletadas pelas comunidades de Cáceres e Porto Estrela, parceiras do projeto, em praças e saídas de supermercados. Além disso, serão semeadas e plantadas mudas recebidas pelo IFMT. Mais informações no site http://www.bichosdopantanal.org/
Lançamento da iniciativa “Impulsa Pantanal” que reúne esforços para ampliar a resiliência das comunidades tradicionais com ações de fortalecimento local, impulsionado o protagonismo para tornar o bioma ainda mais pulsante. O evento prevê novas ações a cada semana durante todo o mês de novembro e finaliza em dezembro. A realização é da Wetlands International Brasil/Mupan em parceria com o SOS Pantanal.
Lançamento online do livro “Pantanal à Margem da Lei: Panorama das Ameaças e Perspectivas para a Conservação” – organizado pelos doutores Carlos Teodoro José Hugueney Irigaray, Cátia Nunes da Cunha e Wolfgang Johannes Junk. A realização é da Wetlands International, Mupan – Mulheres em Ação no Pantanal, Centro de Pesquisa do Pantanal (CPP) e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (INAU). O evento acontece no dia 12/11 às 17h (MS). Link: https://bit.ly/pantanal-margem-lei
Exposição internacional de fotos “Pantanal: Vida, Morte e Renascimento”. O evento 100% digital- traz três momentos do #Pantanal em 2020: em seu esplendor, durante as queimadas e na fase subsequente, quando o bioma tenta se recuperar. A exposição virtual acontece de 12/11 a 27/11 e é realizada pelo WWF-Brasil. Mais informações no site wwf.org.br.
