Desde o início da estiagem, em julho, o fogo descontrolado já atingiu cerca de 2 milhões hectares do pantanal boliviano, pertencentes à Bacia do Alto Paraguai (BAP). De acordo com a Sociedade Boliviana de Direito Ambiental (SBDA), as áreas afetadas incluem a planície pantaneira, além de parte da floresta seca Chiquitania e do Chaco. Embora a passagem de uma frente fria nos primeiros dias de outubro tenha resultado em chuvas na região, que ajudou a conter quase 90% dos focos, a secura fez com que o calor retornasse e, com ele, ressurgissem outros pontos de queima.
A situação pode ser considerada mais branda se comparada com setembro, mas a preocupação é que o fogo se alastre e volte a tomar grandes proporções. O incêndio de poucas semanas atrás destruiu não só florestas e pastagens, como também chegou a pequenos povoados bolivianos, cujas famílias tiveram que deixar suas casas, pois ficaram destruídas. Os prejuízos ambientais ainda são inestimáveis, e alguns pesquisadores começam a analisar os impactos da destruição contando os animais mortos.
Segundo o pesquisador Mario Cerezo, das áreas afetadas, aproximadamente 1.200.000 hectares são em áreas protegidas. “Os esforços para controlar os incêndios foram concentrados apenas em áreas próximas às comunidades sob a estratégia de ‘populações humanas em primeiro lugar’; portanto, a maioria dos incêndios ocorridos em áreas remotas e/ou áreas protegidas não foi atendida, até porque não há muitas estradas de acesso”, explicou Cerezo.
No mapa abaixo, é possível ver as sub-bacias da Bolívia que alimentam o Pantanal, dentro da bacia superior do rio Paraguai.
Fonte: Mapa SBDA