O rio Paraguai registrou nesta segunda-feira (31) 1,53 m, segundo os dados da régua centenária do Serviço de Sinalização Náutica do Oeste, do 6° Distrito Naval da Marinha do Brasil, em Ladário (MS).
A comparação com anos anteriores demonstra que as chuvas foram escassas e que o período de seca será mais forte em 2021. Em 2018, a régua da Ladário marcou 5,26m, neste mesmo período – foi um ano de cheia. Já em 2020, o rio Paraguai chegou a 2,01 m. Os números preocupam pesquisadores, órgãos gestores e as organizações não-governamentais, pois as chances de ocorrerem incêndios como os do ano passado são cada vez maiores.
O governo de Mato Grosso do Sul decretou estado de emergência em abril deste ano devido ao indicativo de seca em praticamente todos os municípios. O volume de chuvas nos meses de janeiro a março ficou abaixo da média histórica e pelas réguas de medição dos rios da Marinha do Brasil, em Ladário haverá problemas de navegabilidade nos meses de setembro e outubro. A pedido do governo do estado do Mato Grosso do Sul, a partir de agora, as reuniões da Sala de Crise do Pantanal serão mensais, e a próxima será realizada no dia 8 de junho.
A zona rural de Poconé (MT) já está contando com caminhões-pipa da Prefeitura para o fornecimento de água, porque o rio Bento Gomes, um dos rios que abastece o Pantanal e principal fonte da cidade, não conseguiu se recuperar ainda da seca somada aos incêndios em 2020.
De acordo com a Ecoa, organização-membro do Observatorio Pantanal, um dos impactos da seca, é a escassez de frutos nativos como a laranjinha-de-pacu. “Os frutos da laranjinha-de-pacu, que se dá à beira rio e depende muito da água dos rios, não estão vingando com a seca. Quando frutificam, não se desenvolvem bem ou são consumidos por espécies de fungos”, explica a socióloga da Ecoa Nathalia Eberhardt Ziolkowski, coordenadora da Secretaria da Rede de Mulheres do Cerrado e Pantanal (CerraPan).
Foto: Luís Augusto Akasaki