O webinário Incêndios e Saúde no Pantanal, realizado no dia 13 de julho, é a primeira iniciativa para descobrir essa resposta. O evento iniciou as discussões sobre os impactos do fogo na saúde humana, dos animais silvestres e flora de modo integrado e na perspectiva do conceito de saúde única.
Márcia Chame, coordenadora do Programa INOVA Fiocruz, explica que os impactos ambientais e socioeconômicos favorecem o surgimento de novos patógenos e o monitoramento das áreas, dos animais podem auxiliar na prevenção de novas doenças. “Não conhecemos o suficiente sobre as causas das doenças tropicais, como surgem, se distribuem e os mecanismos que disparam seu surgimento. A morte e anormalidade nos animais podem indicar a presença e a circulação de agentes infecciosos antes que acometam as pessoas”.
O evento é uma iniciativa do Projeto Saúde única no Pantanal: Participação da Sociedade na vigilância de emergência de zoonoses como efeito pós-incêndios no território e formação de estratégias integradas de prevenção e controle e integra o Programa INOVA Fiocruz – Territórios Saudáveis e Sustentáveis.
Pesquisadores, representantes de órgãos ambientais e da sociedade civil participaram fazendo apresentações sobre o cenário atual no Pantanal, após os incêndios de 2020. As instituições informaram dados preliminares das pesquisas que estão sendo realizadas sobre a perda da fauna pantaneira, a recuperação da vegetação e, também, como as comunidades tradicionais estão se reorganizando, pois perderam importantes recursos naturais de seus territórios.
O Projeto Saúde única no Pantanal tem como objetivo integrar instituições e a sociedade em três territórios no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; ampliar o monitoramento da fauna com o SISS-Geo e a sociedade em áreas atingidas pelo fogo e a identificação de emergência de zoonoses em 2021 e 2022; auxiliar a vigilância em saúde a identificação de áreas prioritárias de atenção e iniciar uma rede de informação de amostras biológicas de projetos em curso e, com isso, apoiar políticas públicas de saúde e conservação da biodiversidade.
O projeto foi inspirado na experiência do trabalho de vigilância da febre amarela na região sul do Brasil realizado pela Fiocruz. Os resultados foram positivos e demonstraram que “a tecnologia e a participação social pode nos ajudar muito nesse caminho e nos dar rapidez e precisão para melhorar a infraestrutura, a logística e a qualidade de diagnóstico”, ressalta Márcia Chame, coordenadora do Programa INOVA Fiocruz.
Os três municípios que serão trabalhados pelo Projeto são Barão do Melgaço e Cáceres no Mato Grosso e Corumbá em Mato Grosso do Sul. O evento completo está disponível no Youtube, no canal Vídeo Distribuidora da Fiocruz.
Com informações do webinário