As brigadas de prevenção e combate a incêndios florestais são grupos de pessoas voluntárias ou não, capacitadas e formadas por instituições cadastradas e autorizadas pelos órgãos responsáveis. Estes voluntários ou contratados residem na localidade e estão devidamente treinados e equipados para atuar na prevenção e combate a um incêndio dentro de uma área preestabelecida. As brigadas devem ser pontos de referência na prevenção e combate no Pantanal por ser a resposta mais rápida ao fogo. Entretanto, em 2020 ficou evidente que as brigadas eram insuficientes e com falta de equipamentos adequados.
Existem vários tipos de brigadas, que podem ser particulares, comunitárias, federais, estaduais e municipais, por exemplo. Cada uma possui suas características e políticas próprias, mas têm a mesma finalidade: a de prevenção e combate ao fogo
A atuação das brigadas comunitárias para impedir e conter o avanço do fogo no Pantanal é primordial, pois são eles que conhecem a região melhor do que ninguém. Os brigadistas são os responsáveis por dar a resposta rápida quando identificado um foco de calor. Certas vezes, nem é preciso acionar o Corpo de Bombeiros, porque eles conseguem apagar. Ou quando chegam reforços os focos estão controlados, facilitando o trabalho de combate para toda equipe.
Fortalecimento das brigadas
As organizações-membros do Observatorio Pantanal, por meio de projetos e programas, já ajudaram a criar, equipar e capacitar mais de 50 brigadas comunitárias, privadas e públicas no Pantanal do Brasil, Bolívia e Paraguai.
A Ecoa atua com brigadas comunitárias desde 2006. Junto com as famílias e em parceria com o Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais – Prevfogo/Ibama formou brigadas nas Comunidades da Barra do São Lourenço e Paraguai-Mirim. Ainda na Serra do Amolar, temos a brigada privada Alto Pantanal, vinculada ao Instituto Homem Pantaneiro.
O Instituto SOS Pantanal iniciou, em 2021, o programa Brigadas Pantaneiras e capacitou e equipou 24 brigadas comunitárias e privadas no Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A WWF-Brasil em parceria com outras Ongs que atuam no território fortaleceu as brigadas apoiando com a compra de equipamentos de segurança indívduais (EPIs).
A Mupan (Mulheres em Ação no Pantanal) e Wetlands International apoiam a Abink (Associação dos Brigadistas Indígenas da Nação Kadiwéu). A brigada além de promover a prevenção e combate aos incêndios realiza ações dentro da comunidade com objetivo de melhorar a qualidade de vida e a conservação ambiental. Os brigadistas implantaram uma horta comunitária e estão fazendo o reflorestamento da área da nascente que abastece a comunidade Alves de Barros.
O Instituo Centro de Vida (ICV) lançou, em julho, a 2º edição do Mapeamento das brigadas de prevenção e combate aos incêndios florestais de Mato Grosso. Em comparação a edição anterior, foi possível perceber que alguns números aumentaram. O destaque é para o levantamento de mais brigadas comunitárias nesse ano, que passou de 11 para 21. Das 10 novas brigadas mapeadas, 5 delas foram implementadas no Pantanal com o apoio do ICV.
No Paraguai e Bolívia, as organizações que integram o Observatorio Pantanal, WWF-Bolívia, WWF-Paraguai, Fundación Amigos de la Naturaleza, Guyra Paraguay e Associación Eco Pantanal Bahía Negra somam esforços para equipar e capacitar brigadistas e guardas-parques. A estiagem e os incêndios são uma ameaça constante nas reservas ambientais do Pantanal paraguaio e boliviano.
Em 2021 o Observatorio Pantanal lançou o mapeamento das brigadas de prevenção e combate aos incêndios na Bacia do Alto Paraguai. Como resultado, estão disponíveis para download 3 mapas com informações sobre a espacialização destas na região, com dados das Unidades de Conservação (UCs), incluindo as Terras Indígenas (TIs) e a área queimada em 2020.
A educação e a formação de brigadas permanentes e locais, além de fundamentais para a conservação, é uma maneira de as comunidades terem condições de proteção às suas casas e suas vidas.
Foto: Instituto SOS Pantanal