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Em 2020 mais de 400 campos de futebol foram queimados por hora no Pantanal

Via Revista Plurale

Os incêndios ocorridos no Pantanal em 2020 foram assustadores e sensibilizaram grande parte da população, fazendo com que muitas pessoas contribuíssem no combate ao fogo. Por hora, as chamas consumiam 444,3 hectares do bioma. Ao comparar os números com campos de futebol, chega-se a 444 campos de futebol queimados por hora. Os dados são do Alerta de Área Queimada com Monitoramento Estimado por Satélite (ALARMES), do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

As queimadas causaram prejuízos ambientais, alguns ainda não mensurados, sociais e econômicos para todos da região pantaneira. Em 2021, o cenário esperado não é otimista, a preocupação é que possa ocorrer incêndios florestais novamente.

Segundo a Ms. Júlia Rodrigues, pesquisadora do LASA/UFRJ, apenas entre 14 e 18 de junho de 2021 foram queimados 100 ha por dia na região do Pantanal do Mato Grosso, quase o dobro comparado com as duas semanas anteriores. “Essas informações em tempo quase-real são um ganho significativo para gestores e tomadores de decisão”, explica a pesquisadora.

Entre 2020 e 2021, a área monitorada pelo ALARMES (biomas do Pantanal e do Cerrado e o estado de Roraima, incluindo o trecho do bioma Amazônia) ampliou de 28 para 61 milhões de hectares (Mha), um aumento de 118% na área total de cobertura.

O sistema ALARMES monitora toda a região do Pantanal no Brasil (15Mha), incluindo 24 unidades de conservação (UCs) e 5 terras indígenas (TIs). “A plataforma contribui para o gerenciamento de emergências de grandes incêndios, por exemplo, para avaliação de ameaças às propriedades, à população e aos recursos naturais. As áreas recentemente queimadas atuam como uma barreira para a propagação do fogo e o conhecimento imediato de sua localização e extensão é útil para a tomada de decisão sobre a distribuição do pessoal e dos equipamentos de combate. Além disso, o fornecimento de informações rápidas sobre as áreas afetadas pelo fogo permite uma resposta mais atempada dos órgãos de perícia e fiscalização”, ressalta a Dra. Renata Libonati, coordenadora do LASA/UFRJ.

“Nossos alertas de área queimada servem para complementar a informação dos alertas de focos de calor, que representam apenas um ponto instantâneo da frente de fogo. A informação da extensão da área afetada pelo fogo em tempo quase real auxilia também na melhor comunicação com a sociedade sobre o avanço do fogo”, explica o Ms. Filippe Santos, pesquisador do LASA/UFRJ.

A plataforma ALARMES, lançada no dia 8 de junho, é totalmente gratuita e pode ser acessada em: https://lasa.ufrj.br/alarmes.

O ALARMES está inserido em projetos coordenados pelo LASA e é financiado pelo CNPq/Prevfogo e pelo Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB)/Fundo de Parceria Para Ecossistemas Críticos (CEPF, sigla em inglês para Critical Ecosystem Partnership Fund) e conta com as parcerias do Greenpeace, WWF Brasil, Wetlands International Brazil e SOSPantanal.

Foto: André Zumak

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