Desde 2013, o dia 3 de março é celebrado como Dia Mundial da Vida Selvagem. A data foi criada, pela Organização das Nações Unidas (ONU), com objetivo de comemorar a multiplicidade das espécies, mas também de alertar sobre os perigos que ameaçam a fauna e a flora mundial.
Nós, do Observatorio Pantanal, aproveitamos a oportunidade para compartilhar e apresentar projetos que colaboram com a conservação da vida silvestre no Pantanal. Vamos focar nas iniciativas de monitoramento das onças-pintadas, o maior felino das Américas.
A partir da observação do comportamento das onças é possível levantar informações de diversas espécies e paisagens, o que contribui com a conservação dos ecossistemas. A Ong Panthera Brasil, uma da integrantes do coletivo, tem como principal área de atuação a região de Porto Jofre, localizado no Pantanal de Mato Grosso. Desde 2014, a organização atua no território com a proposição de ações que buscam diminuir o conflito homem-onça-pintada e evitar ao máximo os prejuízos econômicos e ambientais.
Os resultados alcançados ressaltam a importância do trabalho desenvolvido. Em novembro de 2021, Fernando Tortato, pesquisador da Panthera Brasil, publicou o estudo de correlação espacial do uso econômico do Pantanal. De acordo com os dados, é possível conciliar as práticas da pecuária extensiva e do ecoturismo com a conservação da onça-pintada no Pantanal.
Outro membro, o Instituto Homem Pantaneiro, coordena o Programa Felinos Pantaneiro com o apoio da Rede Amolar e da Fundação Panthera. As ações são desenvolvidas na região do Alto Paraguai, na Serra do Amolar e na fazenda BrPec, localizada no município de Miranda-MS. O projeto visa propor ações de manejo que diminuam os problemas causados pela predação de gado por grandes felinos, assegurando melhores práticas e referência na harmonia entre produção e conservação.
As ações de monitoramento iniciaram em 2016, mas não são as únicas promovidas pelo Programa. Também são realizadas atividades de educação ambiental em escolas rurais, propriedades rurais, comunidades ribeirinhas e na cidade de Corumbá-MS com a finalidade de levar conhecimento sobre os felinos e a importância de conservar o planeta.
A WWF-PY lançou, em 2021, a campanha Paraguay Más Jaguareté com objetivo de salvar a população de onça que vive na Reserva Natural del Bosque Mbaracayú y la Reserva Natural Privada Morombí . Segundo a instituição, as onças já perderam mais de 50% de sua área de distribuição, devido à perda e deterioração de seu habitat, a caça e ao tráfico de animais. Clique aqui para conhecer as ações da campanha.
Já no Pantanal Boliviano, nossa parceira WWF Bolívia, trabalha seguindo o programa Estratégia de Conservação da Onça-pintada 2020-2030, que propõe ações em 15 paisagens prioritárias em 14 dos 18 países das Américas. A iniciativa promove atividades econômicas sustentáveis, como agrofloresta e reflorestamento comunitário, em benefício das populações humanas que convivem com o felino.
Também destacamos o trabalho realizado pela RPPN Sesc Pantanal. A Reserva não é membro do OP, mas é uma grande parceira na conservação do bioma. Em fevereiro deste ano, eles iniciaram a segunda etapa da pesquisa com onças-pintadas e pardas, onde seis felinos receberão colares de monitoramento por GPS.
A maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do Brasil, localizada em Barão de Melgaço, no Mato Grosso, teve 80% de sua área queimada nos incêndios de 2020. As armadilhas fotográficas que já estão em uso e a telemetria baseada em satélite irão fornecer dados que ajudarão a entender a movimentação das onças nesta realidade após o fogo. São informações inéditas e de extrema importância para conservação das onças e de todo o ecossistema pantaneiro.
Foto: Ailton Lara