A ECOA, organização-membro do Observatorio Pantanal, tem em sua agenda de trabalho as comunidades ribeirinhas do Pantanal que têm a atividade da pesca como principal fonte de renda. A instituição desenvolve projetos socioambientais com objetivo de aliar a qualidade de vida dos pescadores e pescadoras à sustentabilidade da pesca.
A contribuição da organização se dá por três vias: pela prática, por meio da produção de conhecimento e da promoção de políticas públicas. Seguindo a linha do conhecimento científico, os diretores da Ecoa, Rafael Chiaravalloti e André Siqueira, juntamente com o pesquisador Agostinho Catella, da Embrapa Pantanal, publicaram o artigo “Pesca Profissional Artesanal no Pantanal Sul: Histórico, Manejo dos Recursos e Recomendações para a Sustentabilidade”, na revista Bio Brasil.
Nesta publicação os autores fazem uma revisão do conhecimento atual sobre a pesca profissional artesanal na região sul do Pantanal (Mato Grosso do Sul), apresentando o histórico das comunidades, os estudos sobre pesca, as estratégias de pesca utilizadas e as consequências das políticas focadas, tanto na redução do pescado, como na restrição das áreas que podem ser utilizadas pelos pescadores.
Com as análises chegou-se a conclusão que os maiores impactos nas populações de peixes não são provenientes da quantidade pescada, mas sim das mudanças ecológicas que já ocorrem na região. Hidrelétricas, hidrovia, uso e ocupação do solo pela pecuária e agricultura, somados às mudanças climáticas, parecem ser as variáveis mais importantes.
Para finalizar os pesquisadores apontam cinco medidas fundamentais para a região: 1) retomar o Conselho Estadual de Pesca de Mato Grosso do Sul; 2) implantar um sistema de monitoramento da pesca; 3) financiar pesquisas para
subsidiar a gestão e novas diretrizes de pesca; 4) criar uma reserva de desenvolvimento sustentável na borda oeste do Pantanal; e 5) considerar os resultados dos estudos dos impactos das hidrelétricas propostas para a bacia do alto rio Paraguai.
Foto: Jean Fernandes/ECOA