Fortes ondas de calor, inundações, incêndios florestais e secas são alguns dos impactos das mudanças climáticas que o planeta está vivenciando. Não há mais tempo, é preciso diminuir as emissões de gases de efeito estufa ou ecossistemas como o Pantanal podem desaparecer.
Com objetivo de conter esse cenário avassalador e colocar em prática planos efetivos de mitigação e adaptação, delegados de 197 países estão participando da 27ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP27). A COP começou no dia 6 de novembro, em Sharm el-Sheikh, no Egito, e é a conferência anual mais importante relacionada ao clima. O futuro do planeta depende dessas decisões.
Nos 12 dias de evento, os representantes oficiais de governos e da sociedade civil estarão discutindo e a expectativa é sair das negociações e planejar a implementação de todos os acordos já realizados. Nesses primeiros dias, o “clima” da COP27 confirma, “é necessário avançar para além do debate com o financiamento climático, com as perdas e danos e a aceleração da ambição das metas de corte de emissão dos países”, informa a equipe do Instituto Centro Vida (ICV), organização-membro do Observatorio Pantanal. Nossos parceiros estão na COP e você pode acompanhar os acontecimentos pelas redes sociais da instituição(@institutocentrodevida).
Desde a COP26, há um movimento, liderado pela Wetlands International, também membro do OP, para que as áreas úmidas sejam incluídas nos Planos Climáticos Nacionais e Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC), documentos que são utilizados como referência nas discussões da COP.
Nos últimos cinquenta anos, as áreas úmidas diminuíram drasticamente gerando um problema global que exige uma solução urgente. Apesar de os serviços ambientais prestados pelas áreas úmidas já terem sido comprovados cientificamente, o foco das negociações, ainda, está somente nas florestas.
Estrategicamente, está ocorrendo, na China e na Suíça a 14ª Reunião da Conferência das Partes Contratantes da Convenção Ramsar (COP14). A COP14 é um marco para ampliar as ações voltadas às áreas úmidas na COP27 do Clima e na COP15 da Biodiversidade. A Convenção Ramsar é o tratado intergovernamental que fornece estrutura para a conservação e uso racional das áreas úmidas e seus recursos.
Pantanal
O Pantanal, maior área úmida continental do planeta, abrange três países, Brasil, Bolívia e Paraguai e segundo estudo do Mapbiomas, o ecossistema já perdeu 29% da sua superfície alagável. Os membros trinacionais do Observatorio Pantanal têm desenvolvido diferentes iniciativas de políticas públicas, pesquisa, capacitação, recuperação ambiental e intervenção local com a finalidade de mitigar esses impactos e conservar o bioma. Mas é preciso mais compromisso dos gestores públicos.
O resultado da eleição presidencial no Brasil traz novas perspectivas à gestão ambiental no país, tanto nas relações internas quanto internacionais. A Noruega, país responsável pela doação de 93,8% dos recursos de doação do Fundo Amazônia, anunciou que voltará a fazer os repasses para a conta brasileira de apoio à manutenção da floresta. Outros líderes internacionais se mostraram abertos para renegociar acordos e apoios. A conservação da Amazônia é importantíssima para que ocorram as chuvas na região do Pantanal.
Enquanto o apoio do Governo Federal foi ínfimo na conservação do Pantanal, ressaltamos o trabalho das organizações-membros do Observatorio Pantanal, realizado com diversos parceiros governamentais e privados, para diminuir a quantidade de incêndios na planície. Após o desastre ambiental de 2020, foram criadas dezenas de brigadas comunitárias e particulares e implementadas novas tecnologias de monitoramento. As ações têm conquistado bons resultados.
Em novembro de 2021, a Wetlands International organizou, em parceria com o governo de Mato Grosso do Sul, o Seminário de Negócios de Carbono e Sustentabilidade. Especialistas apresentaram oportunidades e possibilidades atuais de neutralização das emissões de carbono em áreas úmidas, especificamente no Pantanal Sul-Mato-Grossense.
Na ocasião foram apresentadas iniciativas de pesquisas, dos setores privado, governamental e da sociedade civil. O projeto REDD+ na Serra do Amolar, do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), organização-membro do OP, foi uma das apresentações realizadas e mostrou que a conservação da biodiversidade pode estar aliada à geração de crédito de carbono.
O Projeto Noleedi, iniciativa desenvolvida pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e o Prevfogo/Ibama, parceiros do OP, também apresentou os progressos realizados com a técnica do Manejo do Fogo Integrado (MIF) implementada na Terra Indígena Kadiwéu.
Para saber mais sobre o Pantanal e as ações promovidas pelos membros do Observatorio Pantanal acompanhe nosso site e redes sociais.