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Dia do Pantanal – o que nossos membros esperam de 2023 para esse bioma tão importante?

E hoje, dia 12 de novembro, Dia do Pantanal, convidamos alguns de nossos membros para falar o que esperam de 2023 para o nosso bioma, considerando tudo o que vivemos nos últimos anos com a pandemia, com consequências para além da nossa saúde, mas também economia, política, meio ambiente. Trazem reflexões, palavras de esperança e também nos contam um pouco do trabalho que suas organizações vêm realizando. Vem acompanhar com a gente! (Obs: ao longo deste mês, vamos trazer mais membros para falar conosco, fique ligado)!

Solange Ikeda – Instituto Gaia

Solange Ikeda – Instituto Gaia
“Estamos no processo de ‘esperançar’. Esperança de ter uma Pantanal que mantenha sua área úmida, sua biodiversidade para os povos locais, com papel fundamental para o planeta, neste momento sensível de degradação e de emergência climática que vivenciamos. Partindo do princípio que somos sujeitos, parte deste processo, incidindo e somando a outras vozes para que se torne realidade. Neste sentido, também com esperançar numa mudança política que acontecerá a partir das últimas eleições, onde projetos antagônicos disputaram, e isso inclui a pauta ambiental, onde tivemos uma vitória no sentido da conservação. Temos trabalhado com incidência política, presença nos territórios que somos parte, com práticas ligadas a restauração ecológica, agroecologia, justiça ambiental, pautada no respeito e soma dos diferentes grupos sociais”.

Felipe Dias – Instituto SOS Pantanal

Felipe Dias – SOS Pantanal
“2023 para mim é ano de renovação, em diversos aspectos, mas principalmente da política ambiental do Brasil. Com esta expectativa e por acreditar que o coletivo é sempre mais forte, penso que nós do Observatorio Pantanal, apesar das agendas diferentes, temos em comum o objetivo de proteger e desenvolver o Pantanal. Assim, o OP terá um papel importante para inserirmos o Pantanal em agendas positivas dos governos municipais, estaduais e federal. O SOS Pantanal sempre trabalhou para somar esforços com base em conhecimento para dialogarmos com os vários segmentos da sociedade e, em 2023, considerando o cenário político nacional, acredito que conseguiremos estabelecer uma agenda de avanços significativos na proteção e desenvolvimento do Pantanal. Seguir em frente sempre”.


Débora Calheiros – Fonasc

Débora Calheiros – FONASC
“Esperamos um recomeço na gestão da questão ambiental no país, com respeito aos direitos da natureza e dos povos e comunidades tradicionais. Que o Bioma Pantanal seja contemplado nas políticas socioambientais, em especial por ser nosso Patrimônio Nacional. Considero fundamental a volta do Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH e da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico – ANA ao MInistério do Meio Ambiente e o respeito às decisões do Plano de Recursos Hídricos da Região Hidrográfica do Paraguai (Resolução CNRH No. 196/2018) e da Nota Técnica ANA no.3/2020 sobre as áreas de restrição de uso para aproveitamento hidrelétrico na Bacia do Alto Paraguai – BAP, visando a conservação da produção pesqueira de elevada importância ecológica, econômica e social para o bioma. Além disso, é urgente a retomada do acordo trinacional de conservação do Pantanal de 2018, que foi abandonado. Outra importante decisão seria, finalmente, a criação do Comitê de Bacia da BAP, com participação da Bolívia e Paraguai, com base numa gestão transfronteiriça. O Pantanal e o planeta, nossa casa comum, estão no limiar da conservação dos processos climáticos, hidrológicos e ecológicos, da vida no planeta como até então nós conhecemos. Temos, juntos, que garantir qualidade ambiental e de vida para as atuais e futuras gerações, e evitar as consequências negativas inimagináveis resultantes do descaso e desrespeito com as decisões que serão tomadas na COP 27 da ONU. É agora ou nunca…” .

Nelson Araújo – Instituto Agwa

Nelson Araújo – Instituto Agwa
“Nossa expectativa para 2023 é de muita luta num túnel com uma brilhante luz ao fundo. Muito há por ser feito. E rápido! Nós, do Instituto Agwa, trabalhamos com preservação em uma área do Pantanal Brasileiro que é desconhecida pelo público, inclusive o acadêmico. São áreas permanente alagadas, em processo continuo de expansão iniciado em 1975. A areia, os sedimentos indevidos derramados na planície pantaneira, como consequência da ocupação do planalto, são os responsáveis por esse enorme desastre ambiental. Esse fenômeno se expande por milhões de hectares, que foram tomados da pecuária pela areia. Nós defendemos a preservação dos cenários que a natureza reconstruiu ao longo de mais de 45 anos de inundação mediante a introdução de atividades de baixíssimo impacto capazes de promoverem a geração de riquezas. Vamos continuar trabalhando para a inclusão social e a valoração econômica do nosso patrimônio natural”.

Luciana Leite – Chalana Esperança

Luciana Leite – Chalana Esperança
“O Dia do Pantanal, este ano, desperta um mix de emoções – temos muito o que celebrar, mas também uma crescente preocupação com o futuro do bioma, especialmente diante do lançamento da sétima coleção do MapBiomas, que nos alerta para as mudanças do uso da terra e perda de água superficial no Pantanal. Ao mesmo tempo, em 2023 viveremos uma mudança importante no governo federal, que sinaliza uma preocupação com o meio ambiente inexistente na gestão atual. Para a Chalana, 2022 foi um ano excelente, com a chegada de parceiros e apoios financeiros importantes, que garantirão a continuidade da organização e de nosso trabalho, na busca pela conservação através da educação, empoderamento feminino e valorização da biodiversidade. Torcemos para que 2023 traga boas notícias para o Pantanal, seus povos e também para nós, da Chalana, que orgulhosamente dedicamos a nossa vida a este lugar único!”.

Cyntia Santos – WWF/Brasil

Cyntia Santos – WWF Brasil
O dia do Pantanal faz pulsar o coração da América do Sul! A maior área úmida do planeta merece ser comemorada porque é lar de milhares de espécies da fauna e flora, e também de pantaneiras e pantaneiros que conhecem suas belezas e os desafios de se viver em uma região megadiversa e com uma dinâmica hídrica particular. O Pantanal é Patrimônio da Humanidade, portanto é nosso tesouro, porque dele são gerados serviços ambientais calculados em bilhões de dólares, além de oportunidades sustentáveis ligadas ao turismo, à pesca de subsistência e à pecuária sustentável há décadas. Tantos benefícios e riquezas que o Pantanal traz precisam de constante cuidado. O WWF-Brasil trabalha para que estratégias de conservação sejam realizadas no bioma há pelo menos 26 anos. São projetos que visam proteger e recuperar nascentes hídricas para o livre fluxo dos rios; trabalho contínuo pela prevenção e combate de incêndios como o apoio às brigadas pantaneiras, mediante iniciativas conjuntas das parceiras locais; e fortalecimento do diálogo entre os diferentes setores locais para a incidência política a fim de que ocorra o planejamento e melhores opções de uso dos recursos disponíveis. Desejamos que todos os esforços conjuntos sejam fortalecidos neste 2023 e continuaremos trabalhando para que nossas estratégias valorizem cada vez mais as Áreas Protegidas, que conflitos entre pessoas e as espécies sejam minimizados, que a restauração da vegetação nativa e as ações de prevenção e combate ao fogo garantam a conservação de áreas únicas e essenciais para a saúde de todos que dependem do Pantanal! #juntosépossível!”

Saúl Arias – Bahía Negra Ecopantanal PY

Saul Arias – Bahía Negra Ecopantanal PY
A Associação Bahía Negra Eco Pantanal é um grupo conservacionista local que atua há mais de 19 anos na proteção do Pantanal paraguaio, conscientizando a população sobre a importância do nosso bioma, realizando atividades de educação ambiental, transmitindo programas de rádio. Nos últimos anos, uma das principais ameaças ao Pantanal em nível geral, tanto para o Brasil, quanto para a Bolívia e o Paraguai, são os incêndios florestais que vêm aumentando a cada dia. A partir do Eco Pantanal, em alianças com outras organizações como WWF-PY, Guyra Paraguai e instituições públicas, trabalhamos muito para prevenir e combater incêndios. Apesar da pandemia que nos afetou muito, seguimos firmes e esperamos que até 2023 a população local tenha consciência dos problemas ambientais e sociais gerados pelas ações do ser humano. E que as atividades que realizamos sejam uma ação que gere mudanças para o bem comum em prol dos recursos naturais. Estamos juntos a todas as organizações parceiras do Observatorio Pantanal para continuar trabalhando para proteger o grande Pantanal.”

Karim Musalem – WWF/PY

Karim Musalem – WWF/PY
“Apesar de vários anos de seca recorrente, incêndios e pandemia, fenômenos que afetaram severamente às comunidades do Pantanal, no WWF-Paraguai olhamos para um futuro 2023 esperançosos de que as iniciativas que realizamos gerem mudanças que promovam um desenvolvimento sustentável. Algumas das iniciativas que alimentam essa esperança são o início de um projeto inédito que promoverá o diálogo, a troca de conhecimentos e a planejamento desse território compartilhado entre os governos. Os três países, após vários anos e os esforços conjuntos deram um passo decisivo, assumindo um compromisso trinacional. No Paraguai, também demos um passo a favor de áreas protegidas da Reserva da Biosfera do Chaco para a gestão das áreas-núcleo, privilegiando as comunidades vizinhas, os municípios indígenas e a sociedade como um todo. Apesar das perspectivas esperançosas, um estudo do WWF realizado nos três países, calculou grandes investimentos em infraestrutura no próximos anos. O WWF trabalhará de forma responsável e positiva para o meio ambiente e que atenda aos necessidades prementes daqueles que experimentam em primeira mão os efeitos da mudança climática. Continuaremos trabalhando para melhorar a conectividade das espécies-chave, como a onça; e também, na promoção de melhores condições de vida para aqueles que vivem e dependem desta maravilhosa região. 2023 será um ano chave, pois sabemos que há muito mais trabalho e é preciso garantir que o Pantanal viva para sempre para as futuras gerações”.

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