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Estudo detecta agrotóxicos nas águas de municípios pantaneiros

Dez tipos de agrotóxicos foram encontrados nas águas dos municípios de Poconé, Cáceres e Mirassol D’Oeste, localizadas em Mato Grosso. Os dados fazem parte do Relatório Técnico: “Agrotóxicos no Pantanal”, lançado no dia 16 de agosto, e realizado pela organização não governamental FASE.

Participaram da pesquisa quatro comunidades da área rural e as amostras analisadas foram coletadas de águas da chuva, rios, córregos, cachoeiras, poços artesianos, caixas d’água de escolas rurais, e tanques de piscicultura. Os agrotóxicos detectados são os herbicidas – Atrazina, Picloram, 2,4-D, Clomazone, Tiobencarbe, Clorimurom etílico; os inseticidas – Imidacloprido e Fipronil; os fungicidas Tebuconazol e Carbendazim. Essas substâncias contaminam o solo e principalmente os recursos hídricos, causando doenças e destruição dos bens comuns.

O estado de Mato Grosso registrou o uso de 142.738,855 kg de princípios ativos de agrotóxicos, é o estado brasileiro que mais utiliza substâncias tóxicas na agropecuária. Entre os municípios estudados temos, Cáceres com consumo de 489.270 kg; Poconé com 220.270 kg e Mirassol D’Oeste com 150.904kg.

Além dos dados sobre as substâncias tóxicas, o documento traz informações sobre os riscos à saúde e a segurança alimentar da população. “Geralmente os moradores de regiões em que esses produtos são fabricados ou aplicados, em grande parte, trata-se de grupos populacionais marginalizados”, cita o documento. Outro alerta do relatório está no uso do agrotóxicos como arma química para expulsar agricultores/as familiares de seus territórios. Uma violação dos direitos humanos.

A exposição aos agrotóxicos agrícolas, em graus diferenciados de toxicidade, se dá de modo ocupacional e ambiental, por meio de pulverizações aéreas, mecanizadas e costais e está presente em todos os elos da cadeia produtiva do agronegócio, deixando resíduos nas águas, nos solos e no processo agroindustrial de alimentos”, explicita o relatório

O relatório foi produzido pela educadora da FASE, mestre em Saúde Pública, Fran Paula; com a colaboração da professora Marcia Montanari, do Instituto de Saúde Coletiva da UFMT; Naiara Andreoli Bittencourt, advogada da Terra de Direitos e Lucinéia Freitas do MST e com revisão de Maria Emília Pacheco, assessora do Grupo Nacional da FASE.

Clique aqui e leia o documento completo

Com informações do Relatório Técnico: “Agrotóxicos no Pantanal”

Foto: Capa do relatório

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