Após aprender a viver com uma pandemia mundial que transformou completamente nossos hábitos, como as formas de trabalhar e se relacionar, 2021 pode ser definido como um período de organização e reestruturação para o Observatorio Pantanal. Os desafios para este ano que se finda nesta semana, eram enormes, pois era preciso se reorganizar e ao mesmo tempo continuar desenvolvendo todas as ações propostas pelo Coletivo. Mas terminamos satisfeitos e orgulhosos do trabalho realizado. Abaixo, você confere as principais iniciativas desenvolvidas pelo coletivo.
A primeira ação foi a realização do Seminário Trinacional: Semana das Áreas Úmidas, que abordou a importância do ecossistema para as pessoas e a biodiversidade. Aproveitamos a data do Dia Mundial das Áreas Úmidas, 2 de fevereiro, para também destacar os problemas dos incêndios e seca que enfrenta o Pantanal.
Depois da tragédia que o bioma sofreu em 2020, com os incêndios, o Observatorio Pantanal enviou Carta aos órgãos governamentais estaduais e federal solicitando providências necessárias como formação e manutenção de brigadas de combate ao fogo; compra de equipamentos adequados; antecipação na contratação e mobilização do Prevfogo; campanhas de orientação às comunidades pantaneiras e identificação e punição dos responsáveis.
Na sequência, realizamos o webinar “Rede de pesquisas científicas sobre fogo no Pantanal”. O evento, que aconteceu em maio, teve como resultado a troca de informações sobre importantes iniciativas que estão sendo realizadas no Bioma e a apresentação de dois produtos em prol da melhoria do manejo integrado do fogo no Pantanal: o Alarmes (Alerta de Área queimada com Monitoramento Estimado por Satélite), da LASA/UFRJ e o Mapeamento preliminar das Brigadas no Pantanal.
Em junho, os mapas das brigadas de prevenção e combate aos incêndios na Bacia do Alto Paraguai (BAP) foram disponibilizados no site do Observatorio Pantanal. Os três mapas trazem informações sobre a espacialização das brigadas no Pantanal brasileiro, dados das Unidades de Conservação (UCs), incluindo as Terras Indígenas (TIs) e a área queimada em 2020.
É importante ressaltar que a identificação e espacialização das brigadas somente foi possível com a contribuição das organizações-membros do Coletivo, uma vez que os parceiros cederam os dados para que o mapeamento fosse produzido. Para 2022, teremos atualização dos mapas e com a inclusão do Paraguai e Bolívia.
Ainda sobre o tema dos incêndios, uma grande ameaça ao Bioma, o coletivo lançou, em setembro, os spots informativos da campanha “Pequenas faíscas, grandes incêndios”. Foram produzidos quatro spots, que foram veiculados em oito rádios na região pantaneira. As emissoras foram escolhidas estrategicamente, de acordo com a abrangência, audiência e proximidade das áreas com maior incidência de focos de calor. De maneira leve e agradável, os diálogos levaram informações educativas sobre o Pantanal, a importância das áreas de conservação; os atores que combatem o fogo no bioma e os cuidados que a população deve ter para evitar grandes incêndios.
Com objetivo de fortalecer a governança e criar uma estratégia de sustentabilidade para o Observatorio Pantanal, o Coletivo iniciou um trabalho com as consultoras da Laterna LAB – Marina Franco e Beatriz Vollet. De setembro a dezembro, foram realizados três Encontros com os membros com a finalidade de avaliar o passado, o presente e traçar planos para o futuro.
Os dois últimos anos foram atípicos e, durante o primeiro Encontro Semestral dos Membros, realizado em setembro, alguns pontos comuns foram levantados: o aumento da demanda de trabalho das organizações devido aos cenários de pandemia; a dificuldade de adaptação dos projetos em andamento para o trabalho remoto; a crise hídrica e os grandes incêndios. Todo esse cenário resultou em uma dificuldade no acompanhamento das ações promovidas e realizadas pelo coletivo.
Com essas informações sistematizadas, o segundo Encontro foi o momento dos trabalhos em grupo. Os membros mesmo diante de tantas demandas e urgências por conta dos incêndios no Pantanal, participaram das atividades propostas e elencaram as ações prioritárias para o funcionamento de cada Núcleo do Coletivo. E o terceiro e último encontro foi a oportunidade de apresentar o plano de ação construído para os próximos anos.
Em outubro, nosso Coletivo assinou, juntamente com outras organizações não-governamentais, a Carta enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) que pedia urgência na avaliação da Ação contra os governos de MT e MS em relação aos incêndios no Pantanal. A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) n.º 857 tramita no STF, desde junho de 2021, e por motivos internos encontra-se paralisada. A carta foi proposta pelo Observatório do Clima e recebeu adesão de 32 ONGs.
Em dezembro, tivemos a finalização da capacitação em Advocacy oferecida para nossos membros. De acordo com os participantes, o curso foi muito enriquecedor e, por meio dos conteúdos, foi possível identificar que suas organizações já realizam um trabalho de incidência política. No entanto, com as ferramentas e métodos apresentados, o trabalho desenvolvido poderá ser potencializado com planejamento e definição de estratégias objetivas.
Durante 2021 o Observatorio Pantanal esteve presente nas redes sociais, Instagram e Facebook, para compartilhar informações de qualidade sobre o Pantanal e divulgar as iniciativas dos membros do coletivo. Outro canal importante é o site, as notícias estão disponíveis nos idiomas português, espanhol e inglês, para que pessoas de diferentes partes do mundo possam conhecer a rede e as ações de seus membros.
A expectativa é de que 2022 trará muitos resultados para Observatorio Pantanal. Nesses 12 meses trabalhamos de maneira colaborativa para termos nossas metas e objetivos claros. O planejamento estratégico está atualizado e o plano de ação dos Núcleos definido para darmos continuidades as ações. Agradecemos a dedicação e contribuição de todos os membros. Desejamos um bom final de ano e que em 2022 nossa rede conquiste ainda mais resultados em prol do Pantanal!