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Pantanal: a história do desastre ambiental do rio Taquari

Rio taquari_foto_folha_de_SP

O assoreamento do rio Taquari é considerado como o maior desastre ambiental do Pantanal. O problema é debatido há muitos anos por diferentes setores, mas até hoje não foi possível encontrar uma solução viável para recuperar um dos principais rios do Pantanal.

No último sábado, 23 de outubro, o jornal Folha de São Paulo produziu uma reportagem sobre o assunto.  A matéria, de maneira didática, explica o “fenômeno” ambiental ocorrido no rio e conta a história de moradores que tiveram suas vidas transformadas pela mudança do leito do rio.

Já foram realizados estudos e muitos debates para discutir se o assoreamento do Taquari é um fator natural, característico da planície pantaneira, ou se é consequência de uma ocupação irregular. Segundo a reportagem, há poucas dúvidas de que a ocupação desordenada das cabeceiras tenha acelerado esse processo natural.

Histórico

A partir de meados da década de 1970, com incentivo da ditadura militar, essa região de predominância de Cerrado passou por uma intensa ocupação agropecuária. Em 1974, a taxa de desmate acumulado era de 5,6%. No ano 2000, já havia saltado para 62%, segundo estudo incluído no livro “Impactos Ambientais e Socioeconômicos na bacia do Rio Paraguai”, editado pela Embrapa Pantanal.

De lá para cá, o desmatamento continuou. De acordo com levantamento da iniciativa MapBiomas, de 2000 a 2020, a bacia do Alto Taquari perdeu 851 km2 de formações florestais (quase 15% do que existia) e 1.565 km2 de formações savânicas (quase 30%).

“O uso do solo nas nascentes está determinado pelo seu tipo. Onde é mais argiloso, a agricultora se intensificou. No solo arenoso, predomina a pecuária. E é nessa região que ocorre a maior incidência de processos erosivos”, afirma o geógrafo Rômullo Louzada, que pesquisa a bacia do Taquari e é fiscal do (Imasul) Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul.

Já nos terrenos acidentados e de altitude mais baixa, predominam pastos de pecuária extensiva. É nessa região que estão as voçorocas, o estágio mais avançado do processo erosivo. Com variações de um a 30 metros de profundidade, elas são cavadas pelas águas da chuva, atingem o lençol freático e deixam o solo exposto. Assim, ele passa a ser carregado pelas enxurradas aos afluentes do Taquari.

No Alto Taquari, há cerca de 3.000 voçorocas, segundo cálculo de Louzada -a bacia tropical mais erodida do mundo. A maior delas se localiza em uma fazenda em Figueirão (260 km a nordeste de Campo Grande), onde uma espécie de cânion de alguns quilômetros se formou nas últimas décadas. No fundo do vale, o lençol freático corre exposto, como se fosse um pequeno riacho.

A história das avulsões do rio Taquari, fenômeno que transforma o leito do rio em um local mais alto do que as margens, é marcada por duas delas, que até ganharam nome: Zé da Costa, no final dos anos 1980, e Caronal, dez anos mais tarde, desviaram a maior parte do rio. Com elas, imensas áreas foram inundadas de forma permanente, ou seja, alheia, aos ciclos de cheia.

Clique aqui e leia a matéria completa.

Fonte: Com informações da Folha de São Paulo

Foto: Folha de São Paulo

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