Participantes de curso promovido pelo Prevfogo/Ibama, em Corumbá (MS), em Agosto. Foto: Sandolval.
O Instituto Homem-Pantaneiro, Instituto SOS Pantanal e a ECOA foram convidadas a participar do curso sobre sistema de comando de incidentes promovido pelo Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais – Prevfogo/Ibama. A formação aconteceu no início deste mês no município de Corumbá, Mato Grosso do Sul.
As três instituições atuam no Pantanal Sul e trabalharam incansavelmente na linha de frente no combate aos incêndios que queimou mais de 4 milhões de hectares do bioma. Letícia Larcher, secretaria executiva do IHP, relata que “em 2020, muitas brigadas foram criadas. Organizações governamentais, privadas e do terceiro setor, cada um estava atuando com sua capacidade máxima. Porém, vimos a falta de alinhamento entre as operações em diversas ocasiões”.
Segundo Letícia, o curso de comando de incidentes foi fundamental para apresentar uma metodologia eficiente de comando de incidentes, quanto para o alinhamento entre os envolvidos. “Hoje, caso aconteça uma operação de combate, a linguagem será única, todos terão ciência do que é um comando unificado e a terminologia será comum, facilitando a interação e promovendo sucesso nas operações”, pontua a bióloga.
A metodologia apresentada pelo Prevfogo foi desenvolvida nos Estados Unidos na década de 1970 e já comprovou sua eficiência. A ferramenta tem como objetivo que todos trabalhem dentro de um sistema ordenado e organizado.
O sistema de comando de incidentes pode ser aplicado no combate aos incêndios e em outras emergências ambientais. O curso foi ministrado por técnicos de Brasília e contou com a participação dos servidores do Prevfogo de Corumbá e militares das forças armadas.
O aprendizado que deixou o desastre dos incêndios de 2020
A Serra do Amolar, uma das áreas mais atingidas pelos incêndios de 2020, é uma região do Pantanal de difícil acesso e conhecida por possuir paisagens únicas que mesclam montanhas com extensas áreas alagadas e repletas de animais. É nesta região que estão localizadas as áreas protegidas administradas pelo Instituto Homem Pantaneiro.
De acordo com a secretaria executiva do IHP, 90% das áreas protegidas foram queimadas e gerou um grande desafio para equipe. “Nos trouxe a obrigação de implementar um Plano Operativo para o Combate de Incêndios Florestais em tempo recorde porque entendemos que a prevenção e o planejamento são a chave para evitarmos tragédias como essas nos próximos anos”, explica Letícia.
As imagens dos incêndios rodaram o mundo e abalaram a todos. Houve uma mobilização nacional e internacional para ajudar o Pantanal e mesmo assim o prejuízo ambiental e social foi gigantesco. Letícia nos conta que é impossível estimar quantas vidas foram perdidas nos incêndios de 2020. Mas sua esperança vem da vida que foi salva, cuidada, recuperada e está hoje na natureza.
“Apesar do Pantanal ser resiliente, cerca de 30% de sua área foi queimada em 2020. Durmo e acordo pensando que os 70% que não foram atingidos precisam de toda nossa dedicação e cuidado pois são fonte de um dos biomas mais ricos do mundo”, finaliza Letícia Larcher.
Saiba mais sobre o trabalho do IHP aqui e continue acompanhando nosso site para novas notícias. Em breve, vamos trazer um pouco do trabalho do SOS Pantanal e ECOA durante os incêndios de 2020.