The Pantanal is on fire and only a sustainable agenda can save the largest wetland in the world (O Pantanal está em chamas e só uma agenda sustentável pode salvar a maior área úmida do mundo), esse é o alerta que pesquisadores, de três instituições, fizeram por meio do artigo científico publicado no Brazilian Journal of Biology, no mês de junho. Os pesquisadores contextualizam a seca extrema no Pantanal, apresentam dados da perda da fauna nos incêndios de 2020 e fazem recomendações para construção de uma agenda sustentável com objetivo de conservar o bioma.
De acordo com o artigo, foram afetados cerca de 65 milhões de nativos vertebrados e 4 bilhões de invertebrados, com base em densidades de espécies. “As espécies afetadas incluem as ameaçadas de extinção onça-pintada (Panthera onca), tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), cervo do pântano (Blastocerus dichotomus), coroado águia solitária (Buteogallus coronatus) e arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus). Os impactos nessas espécies podem ser direto por ferimentos e morte, ou indireto devido ao habitat perda e escassez de recursos”.
Para agenda sustentável é proposto que sejam implementadas, com urgência, iniciativas de sustentabilidade com a finalidade de evitar e minimizar os impactos negativos no ambiente natural. São indicados incentivos fiscais para práticas sustentáveis e conservação da biodiversidade; expansão e promoção de tecnologias verdes e políticas de prevenção e combate a incêndios.
Os autores enfatizam a necessidade da adoção de certas medidas como o monitoramento contínuo para detecção precoce de risco e eventos de incêndios; estabelecimento de brigadas de bombeiros em locais estratégicos da região com operação contínua; programas de educação para comunidade focados no uso adequado do fogo para fins de manejo; aplicação efetiva das políticas de uso do fogo e implementação de um centro de resgate-reabilitação de vida selvagem.
O artigo é assinado em conjunto por pesquisadores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap/Icmbio) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
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Foto: André Zumak