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Fogo volta a castigar a região do Pantanal sul-matogrossense

Número de incêndios é 60% maior que o registrado no mesmo período de 2019

Com informações Wetlands International no Brasil
Foto: Divulgação Corpo de Bombeiros/Corumbá MS

Nos três primeiros meses de 2020, até o dia 25 de março foram registrados 974 focos de incêndio na região do Pantanal, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A cidade de Corumbá (MS) concentra o maior número de ocorrências, com 605 focos, 62,1% do total.

A Wetlands International no Brasil, uma das organizações-membro do Observatorio Pantanal, está acompanhando de perto essa situação e tem trazido publicações semanais sobre as ocorrências da região, em suas redes sociais (Facebook e Twitter) e no site da instituição.

Até o momento, os focos de incêndio registrados são 60% maior quando comparados com o mesmo período do ano passado, quando ocorreram 608 incêndios no Pantanal.

No primeiro boletim produzido pela Wetlands International no Brasil, publicado no dia 13 de março, 674 focos de incêndio haviam sido registrados no Pantanal até o dia 11 deste mês, contra 593 em 2019. Do dia 11 até 25 de março ocorreram 300 novos focos de incêndio, um salto de 44% nos números. Neste mesmo período do ano anterior aconteceram 15 incêndios.

De acordo com o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, Fernando Carminati, o mês de março de 2020 está mais seco e com temperaturas mais altas em relação aos últimos anos. Em função disso, o governo do Estado adotou algumas providências, entre elas a reativação da Sala de Situação Integrada, onde órgãos federais e estaduais se juntam no monitoramento e realizam ações de prevenção e combate ao fogo.

“Para fazermos o monitoramento em sinergia a sala foi reativada. Tivemos aproximação no Pantanal por 15 dias, onde combatemos o fogo. Como haviam incêndios em áreas de difícil acesso utilizamos aeronaves. Na semana passada as chuvas ajudaram nesse enfrentamento”, afirma.

Neste mês de março a precipitação está em 47mm conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), contra 57mm no ano passado. “A previsão diz que abril também terá chuvas abaixo da média”, aponta Carminati.

No entanto, a ação humana também é apontada como uma das causas do alto número de queimadas na região. “Em Corumbá ocorreram vários incêndios na beira do rio e em locais longe um do outro, provavelmente provocados por ação humana”, pontua o tenente-coronel.

Ações preventivas estão sendo tomadas pelos órgãos. O Corpo de Bombeiros antecipará para o início de abril a campanha de estiagem, que nos anos anteriores começava no início de maio. “Faremos cursos de brigadas de combate a incêndio florestal, manutenção e confecção de equipamentos para o enfrentamento ao fogo, palestras, entre outras ações. Antecipamos essas fases para o início de abril tendo em vista a sala de situação”, enumera.

Apesar do que tem sido feito, a realidade é de que a quantidade de queimadas deste ano pode ser ainda maior do que do ano passado, quando recordes históricos foram batidos, tendo um aumento de 300% em relação a 2018. “Estamos nos preparando para a hipótese de que os números de incêndios sejam maiores, mas esperamos que a área afetada não seja tão grande quanto foi em 2019”, explica.

Este grande aumento nas últimas duas semanas é alarmante, ainda mais porque o fogo atinge áreas de alta relevância para conservação ambiental, onde há grande biodiversidade.

A Wetlands International Brasil, por meio do Programa Corredor Azul, e a Mupan – Mulheres em Ação no Pantanal continuarão acompanhando este momento com preocupação, cobrando rápidas e efetivas respostas de nossos governantes para a contenção do fogo. Clique aqui para acessar o site da instituição.

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