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Projeto estuda os efeitos do fogo na Bacia do Alto Paraguai

O “Projeto Noleedi – Efeito do fogo na biota do Pantanal sul-mato-grossense e sua interação com os diferentes regimes de inundação” pesquisa os efeitos do fogo no Cerrado e Pantanal. A iniciativa está sendo executada na Terra Indígena Kadiwéu, que possui cerca de 540 mil hectares localizados no norte do município de Porto Murtinho, sudoeste de Mato Grosso do Sul.

“O projeto pretende estudar o efeito do fogo e da inundação nos seres vivos do Pantanal e da Bacia do Alto Paraguai. Ele é um projeto diferente por vários motivos, primeiro por estar sendo feito dentro de uma Terra Indígena, que é uma área pouco estudada, apesar de ser uma área bem grande, e também porque ele não vai ver apenas o efeito pós-fogo, a gente vai manejar o fogo para tentar usá-lo como aliado na preservação. Pretendemos ao final do projeto fazer um protocolo de prescrição de queima de modo que afete o mínimo possível os seres vivos, evitando grandes incêndios acidentais que destroem, além da diversidade dos animais e das plantas, também as áreas de produção, as edificações e tudo mais”, afirma o coordenador do projeto e professor do Instituto de Biociências da UFMS, Danilo Bandini Ribeiro.

A duração do Noleedi, palavra que significa “fogo” no idioma Kadiwéu, é de 36 meses e o objetivo é gerar dados sobre os efeitos do fogo ocorrendo em diferentes épocas (precoce, modal e tardio) na biota da região, adotando como indicadores os grupos utilizados no programa Monitora do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio): aves, mamíferos, borboletas e moscas frugívoras e plantas vasculares. Para isso, os regimes de queima prescrita e controle serão estabelecidos em 20 áreas de 600mx600m com maior ou menor influência do alagamento e do fogo. Todos os grupos serão amostrados antes e após a queima controlada, para estabelecer a época mais oportuna de prescrição do fogo como ferramenta de manejo para a região. Também será conhecido o efeito do fogo sobre a reprodução de espécies da flora utilizadas pela comunidade indígena.

Essa é uma iniciativa da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), aprovada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Balanço do projeto

O Projeto teve seu início em janeiro de 2019. Entres os principais resultados obtidos até o momento, estão o mapeamento da Terra Indígena Kadiwéu, feita com ferramentas gratuitas de geoprocessamento que permitiu fazer o levantamento de índices de inundação e dos últimos 18 anos de frequência de fogo na região. A primeira fase do projeto: a definição das áreas a serem estudadas, foi concluída graças ao levantamento em geoprocessamento, vivências de executores, parceiros e representantes das comunidades da Terra Indígena Kadiwéu – para definição de estratégias de logística e visitas locais feitas por pesquisadores com o apoio dos brigadistas indígenas.

É possível acompanhar as ações do Noleedi através do blog noleedi.blogspot.com, que além de notícias também divulga vídeos e podcasts (disponíveis para download e de livre divulgação) que contam a evolução do projeto. Os podcasts também são distribuídos para rádios da região.

 O Projeto Noleedi é executado pela UFMS e pelo Prevfogo-Ibama. Conta com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e parceria de diversas instituições: Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar de Mato Grosso do Sul), Fertel (Fundação Estadual Jornalista Luiz Chagas de Rádio e TV Educativa de Mato Grosso do Sul), Funai (Fundação Nacional do Índio), Programa Corredor Azul/Wetlands International/Mupan (Mulheres em Ação no Pantanal), Terra Indígena Kadiwéu e Rede Aguapé de Educação Ambiental do Pantanal.

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