Via WWF
Em 2019, o fogo no Pantanal alcançou proporções nunca antes registradas. Segundo análise do WWF-Brasil, até outubro de 2019, houve um aumento de 97% do número de focos de calor em comparação à média dos últimos 10 anos: foram registrados quase 8 mil incêndios.
O cenário é de devastação. A queimada deste ano forma uma linha que de mais de 50 km da rodovia BR-262, algo jamais visto pelos antigos pantaneiros e ribeirinhos, segundo relatos às equipes que fazem o combate no local. O fogo tem avançado rapidamente por conta da combinação altas temperaturas e ventos fortes, condições ideais para a propagação, segundo explicam o Corpo de Bombeiros e o governo do estado de Mato Grosso do Sul (MS).
Um estudo do WWF indica que o total de área queimada passa de um milhão de hectares. Segundo a análise, elaborada com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os focos de incêndio estão localizados em áreas perto de cidades, rodovias e propriedades privadas. Existe baixa ocorrência de fontes de calor em terras indígenas e nenhuma em áreas protegidas, o que demonstra a eficácia desses mecanismos de conservação.
O governo do estado de MS afirma que as queimadas, além do trecho da rodovia, ocorrem em áreas de difícil acesso mata a dentro. As chamas destroem trechos do Pantanal que ficam nos municípios de Corumbá, Miranda e Aquidauana. São áreas particulares, a partir do km 600 da BR-262, nos dois extremos da rodovia, chegando próximo a Porto Morrinho, que é onde fica a ponte sobre o Rio Paraguai. Os três municípios estão em situação de emergência desde setembro por conta dos incêndios. O fogo está também na região da Estrada Parque, onde ficam diversas fazendas de pecuária e turismo. A maioria com lotação completa de turistas em razão da proximidade do encerramento da temporada de pesca nos rios do Pantanal. Há relatos de pessoas ilhadas, sem poder se deslocar.