Pantanal brasileiro
No Brasil, o Pantanal estende-se pelos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sendo considerado um Complexo de Ecossistemas com paisagens caraterizadas por cerrados e cerradões, em alagamento periódico, campos inundáveis e ambientes aquáticos, como lagoas de água doce ou salobra, rios, vazantes e corixos assim é o bioma Pantanal que se estende por 160 km².
Na região ocorre o encontro entre paisagens de Cerrado, Chaco, Amazônia, Mata Atlântica e Bosque Seco Chiquitano. Por ser uma área úmida não há consenso sobre os limites do Pantanal, fala-se em 136 até 160 mil km2. O IBGE está revisando esses números e deverá publicar ao longo de 2019 uma nova definição.
O principal formador do Pantanal é o rio Paraguai, com 2.621 quilômetros de extensão. Suas nascentes estão na região do Brejal das Sete Lagoas, um complexo de baías, na Serra do Arapoé, em Diamantino, Mato Grosso. A denominação Paraguai, significa “rio das coroas de palmas”, na língua guarani. O termo está relacionado as palmeiras que margeavam suas águas (SILVA, 2006).
Existem no bioma pelo menos 3.500 espécies de plantas, 550 de aves, 124 de mamíferos, 80 de répteis, 60 de anfíbios e 260 espécies de peixes de água doce, sendo algumas em risco de extinção em outras regiões, como o tuiuiú e a onça-pintada, espécies bandeiras do bioma. O clima é quente e úmido no verão, frio e seco no inverno. A maior parte dos solos do Pantanal é arenoso e possui pastagens nativas, que servem de alimento para herbívoros da região e para o gado bovino, introduzido pelos colonizadores da área.
O Pantanal provê diversos serviços ecossistêmicos aos seres humanos. Dentre eles pode-se destacar a regulação do fluxo de inundações, provisão de recursos alimentares e água, regulação climática, serve de hábitat para fauna e flora, sendo o berçário de inúmeras espécies de peixes dos rios do Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país.
Entre suas paisagens estão: as baías – lagoas de diferentes formas e dimensões; salinas – baías com grande concentração de sais alcalinos; cordilheiras – elevações do terreno que separam baías; capões-de-mato – semelhantes às cordilheiras, porém circulares, vazantes – canais que servem de escoadouros às baías e rios; corixos – pequenos rios que conectam baías.
O Pantanal não é apenas um. Estudos da Embrapa Pantanal identificaram 11 pantanais, cada um com características próprias de solo, vegetação e clima, sendo definidos como os pantanais de: Cáceres, Poconé, Barão de Melgaço, Paraguai, Paiaguás, Nhecolândia, Abobral, Aquidauana, Miranda, Nabileque e Porto Murtinho.
Existem áreas de maior contribuição hídrica, as chamadas “torres de água”, localizadas no planalto dos rios Alto-Paraguai, Sepotuba, Jauru e Cabaçal. Essas regiões representam quase 30% das águas que mantém o pulso de inundação do bioma.
As ameaças à Bacia do Alto Paraguai (BAP) afetam diretamente a integridade do Pantanal que depende das áreas de Planalto, onde estão as suas nascentes, para a manutenção de suas paisagens. O desmatamento no planalto, a construção desordenada de projetos hidrelétricos, projetos de hidrovias e a mineração são as principais ameaças ao bioma.